domingo, 4 de dezembro de 2016

Revisão 2a Fase 2016

O 📚Mogiano pré-vestibulares vai iniciar na segunda-feira, 05 de dezembro, a Revisão 2ª Fase, que prepara os candidatos para os principais vestibulares: Fuvest, Unesp e Unicamp.🏁
Serão aulas que oferecerão a experiência necessária para encarar as questões discursivas.

🗓De 05 a 08 de dezembro!

Das 19 às 22:35!⏰

A grade horária é a mesma das aulas normais.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Medicina: Quem passou conta tudo sobre o vestibular!

     Vamos falar sobre o vestibular mais temido, mas também um dos mais desejados: Medicina!
     As notas mínimas para entrar em Medicina costumam ser as mais altas do Sisu, sistema que seleciona para as Universidades Federais através da nota no ENEM. Para o ingresso em 2016, as notas de corte de Medicina ficaram entre 760 e 825 pontos, conforme a Universidade. É uma diferença bastante grande e, por isso, quem está disposto a ir pra outro estado acaba conseguindo uma vaga com maior facilidade. No último ano, Universidades nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Amapá, Roraima, Piauí, Maranhão, Mato Grosso, Amazonas, Sergipe e Acre tiveram notas de corte menores que 780 na primeira chamada. Além disso, nessas Universidades, a lista de espera costuma andar um pouco mais, o que também torna a aprovação um pouco mais fácil.
     Já para conseguir uma vaga na FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), uma das mais conceituadas do país, a nota de corte na primeira fase da FUVEST variou de 70 a 77 acertos (em 90 questões) nos últimos anos. No vestibular 2016, foi de 73 pontos. Uma questão errada na primeira fase ou um pequeno deslize na prova dissertativa da segunda fase é o que separa os que entram dos que ficam na lista de espera, que costuma não "andar" quase nada.
     Pra conseguir uma vaga em Medicina, alunos de todo o país enfrentam uma rotina puxada de estudos e, muitas vezes, fazem mais de um ano de cursinho. Num vestibular em que um escorregão pode determinar o fracasso, não dá pra deixar nenhum conteúdo de lado na hora de se preparar. Mas será que vale a pena encarar o desafio de passar em Medicina? Para ajudar você a se decidir, vamos entrar um pouco no universo do curso de Medicina e, para isso, nada melhor do que conversar com os próprios estudantes. Convidamos os futuros médicos Allan Brum e Daniel Lucas Rodrigues para contar um pouquinho das suas histórias e vivências na Universidade. 


Quem conta
     Allan é paulistano e deixou o curso de Psicologia pra voltar a estudar pro vestibular e tentar Medicina. Fez dois anos de cursinho e foi aprovado em Medicina na USP, Unesp e Unifesp. Hoje, com 24 anos, está no 5° do curso de Medicina na USP.
     Daniel tem 28 anos e também iniciou outra graduação antes de entrar em Medicina. Apesar de, desde criança, querer ser médico, achava que não iria passar e por isso acabou se decidindo por Engenharia Agronômica na ESALQ (campus da USP em Piracicaba). Quando estava quase terminando o curso, decidiu tentar Medicina e descobriu que, apesar de ter feito o Ensino Básico em escola pública, o sonho era possível. Hoje, Daniel está no 4° ano de Medicina na USP.

A preparação para os vestibulares
     Daniel não deixou o curso de Engenharia quando decidiu tentar Medicina.  Fez um semestre de cursinho pela manhã, ia à noite pra faculdade e estudava à tarde e horas vagas. Como não teve tanto tempo pra estudar, durante as férias concentrou seus esforços na estratégia de estudar com todas as provas anteriores da Fuvest (desde 1995). Lia a questão, tentava responder, depois acessava a resolução comentada nos sites de três cursinhos e comparava. Essa é uma dica importante, já que normalmente as questões exigem do aluno o mesmo conceito, mesmo que a pergunta seja elaborada de forma diferente.
     Já Allan, assim como a maioria dos aprovados, seguiu uma rotina mais tradicional de estudos no cursinho. Para Allan, foi importante organizar bem a rotina de estudos e se disciplinar. Tentava dormir bem, saía de casa bem cedo e ficava no cursinho até o final da noite mesclando as atividades (aulas, resolução de exercícios, simulados e leituras).

O ingresso na Universidade
     O trote é sempre uma das grandes preocupações do calouro. Segundo Allan, que perdeu um dente no trote do "Show Medicina", há toda uma lógica de hierarquização e veteranismo no curso de Medicina da USP, e nesse contexto o calouro é colocado como o mais fraco. Porém, após certos acontecimentos, hoje há um largo processo de denúncia a esses trotes violentos, então as coisas estão mais calmas. A dica de Allan é "que o calouro não se curve a essas agressões e esteja pronto para denunciar, entendendo a universidade como um espaço democrático".
     Por outro lado, o momento do ingresso também pode ser uma experiência bastante positiva. Daniel conta que a semana de recepção aos alunos foi muito positiva, com brincadeiras, comidas e apresentações. Inclusive, numa aula especial da recepção, ele pôde ver a palestra de um jornalista que o inspirava bastante a estudar e conseguir um lugar na Universidade. Foi uma experiência emocionante, conta.

O choque dos primeiros meses
     Allan diz que os primeiros meses foram um pouco decepcionantes: "Você entra com muitas ilusões, há uma construção na sociedade de que a Medicina é algo grandioso, mas quando você entra, você se depara com um modelo de ensino que é limitador, você se reduz à bioquímica, biologia molecular, histologia, bioestatística... Além disso, até por conta do modelo do vestibular da Fuvest, o perfil da turma é muito elitizado, são pessoas que se acham especiais, é um universo um pouco diferente".
     Daniel relata que o curso é desgastante no aspecto emocional. Há questões delicadas, humanas e éticas. Você é bastante cobrado, mas mais que isso, você também se cobra muito. Além disso, Daniel teve mais um desafio: pra quem vem do interior e tem problemas respiratórios, conviver com a poluição de São Paulo é bem complicado.
     Quanto à qualidade das aulas, ambos relatam que há aulas e professores muito bons, mas há também aulas "medianas" ou "razoáveis". Os dois concordam, também, que a FMUSP dispõe de muitos recursos, então há materiais suficientes para as aulas, laboratórios equipados, vivência em hospitais importantes e tudo que é necessário para uma excelente formação.

O conteúdo do curso
     Daniel explica que, até o terceiro ano, não teve grandes dificuldades com nenhuma matéria. Diz que, no ano 4° ano, há duas disciplinas em que os alunos costumam ter dificuldades: "moléstias infecciosas" e "clínica médica".
     Há alguns conteúdos com os quais Allan não esperava se deparar ao longo do curso, como bioestatística. Dentre as matérias que já cursou, achou essa um pouco mais difícil.
     Daniel e Allan relatam que a quantidade de atividades desenvolvidas dentro do hospital é grande, durante todo o período da graduação. Desde o primeiro ano do curso, há matérias práticas dentro do hospital, em que o aluno acompanha procedimentos e realiza algumas atividades de atendimento.

A rotina de estudos
     A grade do curso é puxada, são praticamente 8h diárias e não há muitas janelas. Quando é semana de provas, Allan vira 2 ou 3 noites estudando. Segundo ele, a vida agora é mais complicada do que era no cursinho, já que a rotina na Medicina é menos organizada. Por outro lado, tem também alguns períodos mais tranquilos. Pra conseguir ganhar algum dinheiro, Allan aproveita o tempo vago em casa pra trabalhar corrigindo redações para um cursinho pré-vestibular. "Seria muito difícil ter um trabalho formal, mas dá pra fazer uns bicos assim."

Permanência na Universidade
     Como Daniel é do interior e se encaixou nos critérios socioeconômicos, conseguiu uma vaga na "Casa do Estudantes", a moradia gratuita da Universidade. O processo é razoavelmente simples: você entrega a documentação solicitada, recebe uma pontuação com base nesses dados e, se estiver entre os que mais precisam, é chamado. No caso da FMUSP, a moradia fica ao lado do HC (Hospital das Clínicas), bem pertinho da Universidade. Os quartos são duplos mas, segundo Daniel, são ótimos.
     Além da moradia, é possível tentar outros auxílios, tais como a Bolsa Alimentação (refeições gratuitas nos bandejões do quadrilátero da saúde e na cidade universitária), o Auxílio Transporte (duzentos reais para custear o ônibus e o metrô) e as Bolsas Atividade (valores pagos para quem desenvolve alguma pesquisa ou trabalho na Universidade).

Pesquisa e especialização
     Dentro da Faculdade de Medicina, há muitas opções na área de pesquisa e o desenvolvimento de projetos de iniciação científica é comum.
     Com relação à especialização, Allan conta que, desde os primeiros anos do curso, os alunos começam a se aproximar de alguma das "Ligas Acadêmicas", que são os grupos das áreas de especialização. Há até um debate em torno desse fenômeno da "especialização precoce", pois é importante que o aluno tenha uma boa formação geral antes de se especializar.
     A maioria dos alunos costuma já entrar com alguma ideia de qual área seguir, mas muitos acabam se interessando por outro caminho. Daniel já pensou em algumas áreas, mas ainda não se decidiu. Allan pensava em Psiquiatria, mas avalia também outras possibilidades como Pediatria ou Medicina Geral de Família e Comunidade.
     Mas, ao terminar os 6 anos de curso, quem quiser se especializar precisa prestar um novo concurso público e tentar uma vaga de residência médica na área desejada. Não é difícil conseguir, já que o Programa Mais Médicosestabeleceu a abertura de 12.400 novas vagas em residência médica até 2018, o que significa que, se o programa não for interrompido, haverá uma vaga em residência para cada aluno da graduação em Medicina. O objetivo é universalizar o acesso à residência médica, permitindo a formação de mais especialistas no Brasil, já que a quantidade de médicos por habitante, sobretudo de algumas especialidades, é bem menor que a mínima recomendada.
     Já quem gosta da ideia de ensinar Medicina para outros alunos, lecionando em Universidades, tem a possibilidade de seguir a carreira acadêmica. Nesse caso, também é preciso passar por outro processo seletivo, envolvendo provas dos conteúdos relacionados e de línguas, além de apresentar um projeto de mestrado à Universidade e às Instituições de fomento à pesquisa. 

Mudanças já anunciadas para o ENEM 2017


Na última quinta-feira aconteceu uma reunião do Consed (Conselho Nacional de Secretários da Educação) e, nessa ocasião, Maria Inês Fini (que assumiu a presidência do Inep com a posse de Temer) adiantou algumas informações sobre as alterações previstas para o ENEM 2017.

  • Fim da participação de treineiros

Em 2016, dos 9,2 milhões de inscritos no ENEM, aproximadamente 1 milhão eram treineiros. O Inep alega que o custo dessa participação é muito alto e, por isso, pretende vetar a participação de estudantes de 1° e 2° anos do Ensino Médio na prova oficial do ENEM, passando a oferecer um simulado específico para esse público. Mais detalhes sobre esse simulado ainda não foram divulgados.

  • Limite na quantidade de isenções por estudante

Para cobrir parte dos custos da prova, algumas medidas já foram tomadas em 2015 e 2016: aumento do valor da taxa de inscrição, fim da impressão dos cartões de confirmação e impedimento do benefício de uma segunda isenção para quem, uma vez isento da taxa, faltou no dia da prova.

A nova medida para contenção de gastos a partir de 2017 é que cada estudante poderá receber o benefício da isenção por até três vezes. Essa medida é passível de críticas, na medida em que pode prejudicar os alunos mais carentes que não tenham conseguido aprovação no Sisu nas três primeiras tentativas.

  • Fim da Certificação do Ensino Médio pelo ENEM

Desde que o ENEM começou a ser utilizado para a certificação do Ensino Médio, muitos educadores questionam se a prova é adequada para essa finalidade, tanto que alterações nesse formato já estavam sendo discutidas antes da mudança de gestão. Segundo Maria Inês Fini, "o exame não foi preparado para fazer esse tipo de avaliação" e, por isso, em 2017 a certificação voltará a ser feita via Encceja, o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos, que atualmente é realizado somente para a certificação do Ensino Fundamental, mas que até 2008 certificava também para o Ensino Médio.

É importante lembrar que as avaliações externas cobram somente uma fatia do currículo escolar, ou seja, a matriz do ENEM é um recorte dos conteúdos estudados no Ensino Médio e não reflete necessariamente o que é esperado que um aluno saiba para ser considerado apto para receber o diploma. Isso sem falar que o modelo de uma prova seletiva é diferente, pedagogicamente, do modelo de uma prova para avaliar se o jovem tem a proficiência mínima esperada para determinado nível escolar, tenha cumprido ou não o ensino regular. A prova de seleção tem, por exemplo, a especificidade de ter que incluir itens difíceis e muito difíceis para discriminar bem na ponta de cima (separar os alunos que serão dos que não serão aprovados nos cursos mais concorridos). Já uma prova de certificação, em vez de classificar, pretende verificar a aprendizagem.

Um argumento no sentido da inadequação do uso do ENEM para a certificação é o fato de que apenas aproximadamente 10% dos inscritos no exame com essa finalidade acabam conseguindo o diploma. No último ano, somente 74 mil, dos 990 mil que se inscreveram no ENEM com essa finalidade, conseguiram as notas mínimas exigidas (500 pontos na redação e 450 em cada uma das provas de múltipla escolha). A proposta não é facilitar o acesso aos diplomas, mas ter uma prova específica que consiga medir corretamente se o jovem, ou adulto, tem as competências esperadas (que os técnicos julgam como esperadas) para um estudante de Ensino Médio.

  • Alterações no formato e nas matrizes das provas

Tanto Mendonça Filho, atual ministro da Educação, como Maria Inês Fini e o próprio Michel Temer já anunciaram que o formato do ENEM será modificado.

Algumas modificações já previstas pela gestão anterior estão relacionadas à adequação da prova aos conteúdos que estão sendo definidos para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Outras modificações estão sendo pensadas para a adequação da prova à nova proposta de Ensino Médio, que prevê que o estudante escolha uma das seguintes áreas para se aprofundar: matemática, linguagens, ciências sociais e humanas, ciências da natureza ou formação técnica e profissional. Para tal, o ENEM poderia passar a ter provas específicas para cada área ou, ainda, cobrar somente a base nacional comum, que ocupará metade do tempo do Ensino Médio e será oferecido para todos, conforme o projeto.

É possível, conforme fala recente de Temer, que a prova passe a ser realizada três vezes ao ano e, cada vez, em apenas um dia (não mais em dois). Nesse modelo, o ENEM não traria mais a prova de redação, parte que os educadores e universidades julgam importantíssima numa avaliação e numa prova de seleção. A possibilidade do corte da redação está relacionada aos custos com os professores contratados para a correção dos textos. Seriam mantidas somente as provas objetivas, que são corrigidas por leitura óptica.

Há muita discussão acerca do aprofundamento das desigualdades que o novo modelo de Ensino Médio, e também de prova do ENEM, poderia causar. As informações sobre as alterações estão sendo divulgadas aos poucos, mas, por enquanto, há uma nuvem sobre a questão da matriz do Exame e do formato da prova. Também não se sabe se ocorrerão grandes mudanças no Sisu e em outros programas de acesso ao Ensino Superior, bem como em conquistas como as verbas para permanência estudantil, por exemplo. Sobre essas expectativas, Fini diz que " em momento algum fará agressão ao currículo e não agredirá os direitos adquiridos na concorrência de vagas do SiSU e das bolsas do ProUni".

O Inep informou que divulgará mais informações sobre o novo ENEM após a realização da segunda aplicação das provas (03 e 04 de dezembro).

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Veja dicas e saiba quais são os assuntos mais frequentes na 1ª fase


A Fuvest, instituição que seleciona para todos os cursos da Universidade de São Paulo e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, leva a fama de ser um dos vestibulares mais difíceis do país.

A prova é, realmente, bastante exigente e conteudista. Na primeira fase, são apresentadas 90 questões de múltipla escolha sobre as 8 disciplinas mais tradicionais em nosso Ensino Médio: Biologia, Química, Física, História, Geografia, Matemática, Língua Portuguesa e Inglês. Poucas questões são interdisciplinares e, dentro de cada disciplina, sempre há cerca de três questões difíceis uma muito difícil. Em alguns casos, essas questões muito difíceis demandam bastante tempo para resolução ou algum conteúdo bastante específico, que a maioria dos estudantes sequer teve oportunidade de estudar com tamanha profundidade na escola. São essas questões difíceis e muito difíceis que separam quem entra e quem não entra nos cursos mais concorridos. A concorrência na USP é alta e a prova traduz essa disputa ponto a ponto: a Fuvest é uma prova que não foi feita para ser gabaritada.

A boa notícia é que há uma grande quantidade de cursos em que é preciso acertar menos de metade das questões para ser convocado para a segunda fase. Acertar metade das questões da Fuvest não é a tarefa mais fácil, mas há cursos que convocam estudantes que acertaram aproximadamente um terço das questões. O curso de Medicina é o que tem a nota de corte mais alta (73), que ainda assim é bem menos de 90.

Preparação para o grande dia

O endereço para a realização da prova será divulgado uma semana antes do grande dia. Ressaltamos a importância de visitar o local anteriormente e, no dia 27/11, sair de casa com certa antecedência, pois além do risco de perder a prova, passar nervoso momentos antes (numa corrida para entrar) poderá te atrapalhar psicologicamente.

A entrada nas salas de prova é um pouco cedo (12h30 às 13h), mas é importante almoçar antes, já que a saída é só às 18h (contando que você vá aproveitar cada minuto disponível). Como o seu trabalho das 13 às 18h será árduo, é preciso levar água e comidinhas para hidratar e dar energia. Seja cuidadoso na escolha desses alimentos, procurando manter o padrão de alimentação e a moderação, ou seja, não leve uma barra inteira de chocolate, por exemplo, pois isso poderá te fazer mal e atrapalhar a boa realização do teste.

Além disso, certifique-se de ter separado as duas coisas essenciais: documento de identidade original e canetas (pode ser azul ou preta). É bom levar também lápis ou lapiseira e borracha para rascunhos, além de apontador, régua e compasso.

Lembramos ainda que é proibido o uso de qualquer equipamento eletrônico (celulares e calculadoras, por exemplo), relógio, qualquer material impresso, corretivo, caneta hidrográfica ou marca-texto, chapéu ou gorro, fones de ouvido ou outros materiais estranhos à atividade.

Estratégia de prova

Resolver as noventa questões da 1ᵃ fase em 5h não é tarefa fácil. A conta fecha em 18 questões por hora ou pouco mais de 3 minutos para cada uma. Porém, se tirarmos o tempo para ir ao banheiro e comer um chocolate, além do tempo para passar as respostas para o gabarito, ficamos com menos de 3 minutos por questão.

Portanto, para aproveitar melhor cada minuto, é preciso ter uma boa estratégia em mente. Lembram que falamos sobre aquelas questões difíceis e muito difíceis? Pois bem, na hora da prova, ao identificar que uma questão demandará mais de 3 minutos para ser resolvida, pule para a próxima e faça uma marcação para voltar a ela no final. Se o que vale é a quantidade total de acertos, não compensa ficar dez ou quinze minutos em uma questão, mesmo que você saiba respondê-la, pois esses minutos poderão fazer falta para você responder três ou quatro questões mais simples depois.


Como a prova tem pesos iguais para cada disciplina na primeira fase, você pode definir a ordem de resolução dos blocos de cada disciplina de acordo com o seu desempenho em cada uma delas. Ou seja, mais uma vez, como o que vale aqui é o total de acertos, garanta primeiro a resolução das questões das disciplinas em que você costuma pontuar mais nos simulados. Além disso, é interessante que você se organize para alternar entre questões de leitura e de cálculo, pois assim você chegará menos cansado na segunda metade do tempo de prova. 

O que fazer a 10 dias da prova?

Nas vésperas da prova o ideal é não pegar muito pesado nos estudos. Mas, como ainda temos 10 dias até a data, você ainda pode fazer a revisão de alguns conteúdos. Sugerimos que faça isso de duas formas: por meio dos resumos dos assuntos já estudados e da resolução de exercícios de provas anteriores.

Você pode utilizar os resumos que você fez no caderno ou as apostilas específicas de revisão. Quem tem o costume de estudar grifando e apontando as partes mais importantes da apostila, agora pode resgatar essas marcações e lembrar dos tópicos essenciais de cada tema.

É aconselhável que você também resolva questões das provas anteriores. Se você está acertando 9 questões de História e 5 de Geografia, por exemplo, tente rever os tópicos da segunda disciplina, pois isso poderá te trazer mais pontos. Identifique também, em cada disciplina, quais os conteúdos que você ainda está errando e procure revisar esses temas. 

Conteúdos que sempre aparecem

A Fuvest aponta, em seu manual, o "programa" de cada disciplina, onde estão discriminados todos os conteúdos que podem cair. Porém, diferentemente do ENEM, que apresenta uma matriz mais restrita de competências, habilidades e conteúdos que podem ser cobrados (o que torna mais fácil a tarefa de apontar o que irá cair), a Fuvest traz uma lista bastante extensa de conteúdos a abordar. Grosso modo, podemos dizer que a Fuvest se propõe a cobrar praticamente tudo o que é estudado no Ensino Médio.

Contudo, a prova tem uma limitação de 90 questões, o que impossibilita que sejam tratados todos os tópicos do programa de cada disciplina. Acompanhando as provas ano a ano, podemos apontar alguns temas que se mostram sempre presentes na prova de 1ᵃ fase. Abaixo você encontra, por disciplina, a indicação desses conteúdos "principais". Aproveite para organizar melhor a sua revisão a partir desses apontamentos!

Língua Portuguesa

A prova de primeira fase dá bastante destaque para a parte de literatura, especialmente para as 3 fases modernistas. São questões que abordam tanto as características e o contexto de cada escola literária, como relações entre escolas ou escritores e os autores em si. Algumas vezes essas questões envolvem interpretação do texto base, mas normalmente é preciso conhecer muito bem cada movimento e seus representantes.

As demais questões da primeira fase cobram bastante interpretação de textos, mas sempre de forma um pouco mais complexa. Normalmente, aparecem somente um ou dois exercícios de gramática, área que fica mais para a segunda fase, quando a avaliação da redação dá um peso grande para a correção gramatical do vestibulando.



Inglês

Analisando ano a ano a prova de inglês da Fuvest, é possível perceber sobretudo o uso de textos de atualidades nas questões. Tais textos base, que serão utilizados para questionamentos que avaliam leitura e interpretação, costumam tratar de temáticas como meio ambiente, tecnologia, saúde ou economia, e são retirados de veículos de comunicação impressos ou da Internet.

O conhecimento exigido da parte gramatical da língua inglesa não é tão elevado. Algumas palavras mais complicadas presentes nos textos podem constituir a maior dificuldade das questões, na medida em que podem atrapalhar a interpretação do texto e da pergunta.

A prova da Fuvest traz as alternativas em português, o que já ajuda bastante. De modo geral, conseguirá resolver as questões com facilidade o aluno que possui um domínio intermediário da língua e tem o hábito de ler notícias e matérias simples em inglês na Internet.



História

A Fuvest é bastante diversificada em termos de conteúdos cobrados, mas há determinados temas cuja incidência é mais alta e, por isso, costumo dar bastante ênfase a eles nas aulas de História.

Percebo que, no período da Antiguidade, a ênfase é para Egito, Grécia e Roma, com foco na cultura clássica, no teatro grego e produção da escola de Atenas. Do período medieval, aparecem muito as estruturas do feudalismo e o comportamento da igreja medieval. Costuma ser cobrada também a crítica do Iluminismo à concentração de poder característica do Absolutismo. A Revolução Francesa sempre foi muito abordada pela Fuvest, especialmente com fragmentos de Eric Hobsbawn. Ainda em História Geral, destaco as duas guerras mundiais e a Revolução Russa, que completa seu centenário no ano que vem (1917 - 2017).

Em História do Brasil, aparece muito o momento de invasão (chegada) de Portugal a estas terras e o contexto da ocupação (colonização) a partir de Martim Afonso de Sousa. É muito importante conhecer a estrutura das capitanias hereditárias brasileiras e o funcionamento do sistema agrícola denominado plantation. Depois disso, pulamos para o momento da vinda da família real ao Brasil, da decadência da monarquia e da constituição da República Velha. Destaco aqui a Política dos Governadores (na República da Espada, momento inicial da República Velha) e as estruturas da República Oligárquica (segundo momento da República Velha), como o coronelismo e a política do café com leite.

Ainda em Brasil, a Fuvest dá muito destaque aos períodos da Era Vargas e da Ditadura Militar. Costumamos  ver também questões exigindo comparações entre as constituições brasileiras ou entre as noções de Estado.




Geografia

A Fuvest tem se mostrado muito contemporânea no bloco de Geografia. São usados muitos textos-base de atualidades na elaboração das questões, com destaque para jornais de grande circulação e especializados em economia ou política, além de dados disponibilizados por instituições de pesquisa como, por exemplo, o Ipea.

Posso destacar, como temas principais, os seguintes: problemas ambientais urbanos, processos de urbanização mundial e brasileira, domínios morfoclimáticos do Brasil, estrutura agrária brasileira e, protocolos e conferências mundiais para preservação do meio ambiente, globalização e, por fim, migração.

Nos últimos anos, tenho notado a predominância de questões de Geografia do Brasil em detrimento de Geografia Geral. Das cerca de 10 questões cobradas desta disciplina, 3 ou 4 costumam ser de Geral e as demais ficam para os conteúdos de Brasil. Há, ainda, algumas questões interdisciplinares, que normalmente mesclam Geografia com História, Literatura, Biologia ou Matemática. Vejo isso ocorrer, por exemplo, nas questões envolvendo os conteúdos de escala e coordenadas geográficas.



Matemática

Resumidamente, posso afirmar que sempre caem funções, probabilidade, geometria e trigonometria na parte de Matemática da primeira fase da Fuvest.

Esse vestibular adora exercícios com funções, tanto de 1° grau como de 2° grau, exponencial e bijetora. Na maior parte das vezes apresentam diretamente a função, mas as vezes cobram funções por meio do uso de gráficos.

Em geometria, vemos tanto a plana como a espacial e a analítica. Ao menos duas delas são cobradas na 1ᵃ fase e, a que não cair agora, provavelmente irá aparecer na 2ᵃ fase. Vejo sempre questões de trigonometria também.

Em probabilidade, é muito comum aparecerem questões cobrando análise combinatória, arranjos e permutas.

Para resolver as questões de todos esses temas, é essencial dominar tópicos da matemática básica como potenciação e frações.

Exercícios com porcentagem e juros são mais ou menos frequentes e, eventualmente, temos também matrizes e determinantes. Logaritmos, se não aparecerem na 1ᵃ fase, devem aparecer na 2ᵃ. Já números complexos e polinômios costumam ser cobrados mais na 2ᵃ fase, assim como PA e PG (progressões aritmética e geométrica).



Biologia

A prova da 1a fase de biologia da Fuvest é bem distribuída, trazendo vários temas da disciplina. Sempre há uma questão de botânica, uma de ecologia, bem como de citologia, fisiologia humana, genética, evolução e também de doenças.

Na parte de ecologia, olhando as provas dos últimos 10 anos, vemos muitas questões que cobraram a relação dos seres vivos com o meio ambiente (relações ecológicas), pirâmide e cadeia alimentar e, também, o assunto poluição.

Em evolução, os dois grandes evolucionistas ‒ Lamark e Darwin ‒, são assunto da maioria das questões, que muitas vezes comparam as duas teorias.

Na genética, contas de probabilidade genética jpa não têm aparecido tanto. Normalmente querem que o aluno identifique, numa árvore genealógica, se um indivíduo é heterozigoto ou homozigoto ou se a doença em questão está relacionada a uma característica genética dominante ou recessiva.

Em fisiologia, os temas são mais variados. A cada ano, é cobrado um sistema diferente. Quando tratam do sistema digestório, costumam pedir a ação das enzimas em cada região do tubo e o PH ótimo de trabalho delas. Em sistema nervoso, falam muito sobre impulso nervoso/elétrico (especialmente sinapses). No sistema excretor, cobram as funções renais (néfrons).

Na parte de zoologia não costumam aprofundar tanto. É importante saber as principais características dos nove filos do reino animal e as estruturas que estão surgindo pela primeira vez em cada um.
Já em botânica, na 1ᵃ fase, o aluno tem que saber diferenciar os quatro grupos de plantas: briófitas, pteridófitas, angiospermas e gimnospermas.

Em citologia, falam mais de bioenergética, mitose e meiose.

Quem vai fazer a prova deve estudar bastante a parte de bioenergética: fotossíntese, respiração celular e fermentação sempre aparecem. Esses assuntos são abordados tanto na citologia como na botânica, ecologia e fisiologia humana, por isso são muito importantes.



Química

A prova de química da Fuvest é bem conteudista nas duas fases. 

Podemos dizer que a parte de físico-química, em geral, "despenca" na prova. Em físico-química, aparecem principalmente os conteúdos de entalpia, equilíbrio químico (destaque para titulação e pH), cálculo estequiométrico e mol.

Em química orgânica, o mais importante é saber reconhecer os grupos funcionais. Vejo, também, que a Fuvest costuma misturar orgânica com físico-química, oferecendo ao estudante alguma reação de orgânica (seja de adição, substituição ou outro tipo) para questionar um conteúdo de estequiometria ou pH.

Agora na reta final, se o vestibulando tiver pouco tempo e precisar optar por alguns conteúdos para estudar, sugiro que foque na parte de entalpia, estequiometria em geral, equilíbrio químico, pilha, eletrólise e radioatividade. Também é importante revisar todos os grupos funcionais de orgânica.



Física

A Fuvest, apesar de abordar os tópicos básicos da Física na prova, explora muito bem esses assuntos, exigindo do estudante uma linguagem técnica muito boa, um bom olhar matemático para os problemas e também boa interpretação de texto. Normalmente, os assuntos introdutórios são dificultados com o texto e a problemática da situação.

Da parte de Mecânica, a Fuvest cobra essencialmente a Mecânica Newtoniana e o que deriva dela. O tema mais recorrente é conservação de energia (8 questões, das 27 de mecânica que caíram na Fuvest nos últimos 5 anos, tratavam de conservação de energia), mas aparecem também outros temas como gravitação, Leis de Newton (4 dos 27 itens), quantidade de movimento (5 das 27) e hidrostática.

Na Elétrica, a prova espera que o aluno relacione praticamente tudo em um único problema. Em um problema de circuito elétrico, a Fuvest aproveita pra falar de potência elétrica ou leis de Ohm, por exemplo. Esporadicamente, aparecem também magnetismo e questões conceituais. Nos últimos cinco anos, das 14 questões de Elétrica que caíram, 7 traziam circuitos elétricos.

Em Óptica, a preferência do vestibular é por discussões a respeito de ondas e refração. Em ondas, é requerido um olhar mais interpretativo e matemático do problema. Normalmente a resolução é simples, mas envolve a interpretação de dados disponibilizados por meio de um gráfico, por exemplo, e é comum ter de calcular a velocidade de propagação.  Quanto à refração, diferentemente do ENEM que a cobra de forma mais conceitual, a Fuvest exige do aluno as aplicações da refração enquanto fenômeno geométrico. Das 12 questões de óptica dos últimos 5 anos, 4 tratavam de ondas e outras 4 de refração. Das demais, 3 de acústica.

Em Termologia, as questões costumam ser superficiais e envolver resoluções simples. Vemos calorimetria (calorimetria corresponde a 3 das 8 questões de termologia cobradas nos últimos 5 anos), gás ideal, dilatação térmica e conservação de calor.

A minha dica mais importante é que o aluno estude os princípios de conservação de energia, de quantidade de movimento, de calor e de carga. Além disso, que estude representações: Como a mecânica newtoniana representa um problema de hidrostática? E de gravitação? Como, num circuito elétrico, é possível relacionar tensão, corrente, resistência e potência? São esses os assuntos que mais aparecem.