domingo, 4 de dezembro de 2016

Revisão 2a Fase 2016

O 📚Mogiano pré-vestibulares vai iniciar na segunda-feira, 05 de dezembro, a Revisão 2ª Fase, que prepara os candidatos para os principais vestibulares: Fuvest, Unesp e Unicamp.🏁
Serão aulas que oferecerão a experiência necessária para encarar as questões discursivas.

🗓De 05 a 08 de dezembro!

Das 19 às 22:35!⏰

A grade horária é a mesma das aulas normais.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Medicina: Quem passou conta tudo sobre o vestibular!

     Vamos falar sobre o vestibular mais temido, mas também um dos mais desejados: Medicina!
     As notas mínimas para entrar em Medicina costumam ser as mais altas do Sisu, sistema que seleciona para as Universidades Federais através da nota no ENEM. Para o ingresso em 2016, as notas de corte de Medicina ficaram entre 760 e 825 pontos, conforme a Universidade. É uma diferença bastante grande e, por isso, quem está disposto a ir pra outro estado acaba conseguindo uma vaga com maior facilidade. No último ano, Universidades nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Amapá, Roraima, Piauí, Maranhão, Mato Grosso, Amazonas, Sergipe e Acre tiveram notas de corte menores que 780 na primeira chamada. Além disso, nessas Universidades, a lista de espera costuma andar um pouco mais, o que também torna a aprovação um pouco mais fácil.
     Já para conseguir uma vaga na FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), uma das mais conceituadas do país, a nota de corte na primeira fase da FUVEST variou de 70 a 77 acertos (em 90 questões) nos últimos anos. No vestibular 2016, foi de 73 pontos. Uma questão errada na primeira fase ou um pequeno deslize na prova dissertativa da segunda fase é o que separa os que entram dos que ficam na lista de espera, que costuma não "andar" quase nada.
     Pra conseguir uma vaga em Medicina, alunos de todo o país enfrentam uma rotina puxada de estudos e, muitas vezes, fazem mais de um ano de cursinho. Num vestibular em que um escorregão pode determinar o fracasso, não dá pra deixar nenhum conteúdo de lado na hora de se preparar. Mas será que vale a pena encarar o desafio de passar em Medicina? Para ajudar você a se decidir, vamos entrar um pouco no universo do curso de Medicina e, para isso, nada melhor do que conversar com os próprios estudantes. Convidamos os futuros médicos Allan Brum e Daniel Lucas Rodrigues para contar um pouquinho das suas histórias e vivências na Universidade. 


Quem conta
     Allan é paulistano e deixou o curso de Psicologia pra voltar a estudar pro vestibular e tentar Medicina. Fez dois anos de cursinho e foi aprovado em Medicina na USP, Unesp e Unifesp. Hoje, com 24 anos, está no 5° do curso de Medicina na USP.
     Daniel tem 28 anos e também iniciou outra graduação antes de entrar em Medicina. Apesar de, desde criança, querer ser médico, achava que não iria passar e por isso acabou se decidindo por Engenharia Agronômica na ESALQ (campus da USP em Piracicaba). Quando estava quase terminando o curso, decidiu tentar Medicina e descobriu que, apesar de ter feito o Ensino Básico em escola pública, o sonho era possível. Hoje, Daniel está no 4° ano de Medicina na USP.

A preparação para os vestibulares
     Daniel não deixou o curso de Engenharia quando decidiu tentar Medicina.  Fez um semestre de cursinho pela manhã, ia à noite pra faculdade e estudava à tarde e horas vagas. Como não teve tanto tempo pra estudar, durante as férias concentrou seus esforços na estratégia de estudar com todas as provas anteriores da Fuvest (desde 1995). Lia a questão, tentava responder, depois acessava a resolução comentada nos sites de três cursinhos e comparava. Essa é uma dica importante, já que normalmente as questões exigem do aluno o mesmo conceito, mesmo que a pergunta seja elaborada de forma diferente.
     Já Allan, assim como a maioria dos aprovados, seguiu uma rotina mais tradicional de estudos no cursinho. Para Allan, foi importante organizar bem a rotina de estudos e se disciplinar. Tentava dormir bem, saía de casa bem cedo e ficava no cursinho até o final da noite mesclando as atividades (aulas, resolução de exercícios, simulados e leituras).

O ingresso na Universidade
     O trote é sempre uma das grandes preocupações do calouro. Segundo Allan, que perdeu um dente no trote do "Show Medicina", há toda uma lógica de hierarquização e veteranismo no curso de Medicina da USP, e nesse contexto o calouro é colocado como o mais fraco. Porém, após certos acontecimentos, hoje há um largo processo de denúncia a esses trotes violentos, então as coisas estão mais calmas. A dica de Allan é "que o calouro não se curve a essas agressões e esteja pronto para denunciar, entendendo a universidade como um espaço democrático".
     Por outro lado, o momento do ingresso também pode ser uma experiência bastante positiva. Daniel conta que a semana de recepção aos alunos foi muito positiva, com brincadeiras, comidas e apresentações. Inclusive, numa aula especial da recepção, ele pôde ver a palestra de um jornalista que o inspirava bastante a estudar e conseguir um lugar na Universidade. Foi uma experiência emocionante, conta.

O choque dos primeiros meses
     Allan diz que os primeiros meses foram um pouco decepcionantes: "Você entra com muitas ilusões, há uma construção na sociedade de que a Medicina é algo grandioso, mas quando você entra, você se depara com um modelo de ensino que é limitador, você se reduz à bioquímica, biologia molecular, histologia, bioestatística... Além disso, até por conta do modelo do vestibular da Fuvest, o perfil da turma é muito elitizado, são pessoas que se acham especiais, é um universo um pouco diferente".
     Daniel relata que o curso é desgastante no aspecto emocional. Há questões delicadas, humanas e éticas. Você é bastante cobrado, mas mais que isso, você também se cobra muito. Além disso, Daniel teve mais um desafio: pra quem vem do interior e tem problemas respiratórios, conviver com a poluição de São Paulo é bem complicado.
     Quanto à qualidade das aulas, ambos relatam que há aulas e professores muito bons, mas há também aulas "medianas" ou "razoáveis". Os dois concordam, também, que a FMUSP dispõe de muitos recursos, então há materiais suficientes para as aulas, laboratórios equipados, vivência em hospitais importantes e tudo que é necessário para uma excelente formação.

O conteúdo do curso
     Daniel explica que, até o terceiro ano, não teve grandes dificuldades com nenhuma matéria. Diz que, no ano 4° ano, há duas disciplinas em que os alunos costumam ter dificuldades: "moléstias infecciosas" e "clínica médica".
     Há alguns conteúdos com os quais Allan não esperava se deparar ao longo do curso, como bioestatística. Dentre as matérias que já cursou, achou essa um pouco mais difícil.
     Daniel e Allan relatam que a quantidade de atividades desenvolvidas dentro do hospital é grande, durante todo o período da graduação. Desde o primeiro ano do curso, há matérias práticas dentro do hospital, em que o aluno acompanha procedimentos e realiza algumas atividades de atendimento.

A rotina de estudos
     A grade do curso é puxada, são praticamente 8h diárias e não há muitas janelas. Quando é semana de provas, Allan vira 2 ou 3 noites estudando. Segundo ele, a vida agora é mais complicada do que era no cursinho, já que a rotina na Medicina é menos organizada. Por outro lado, tem também alguns períodos mais tranquilos. Pra conseguir ganhar algum dinheiro, Allan aproveita o tempo vago em casa pra trabalhar corrigindo redações para um cursinho pré-vestibular. "Seria muito difícil ter um trabalho formal, mas dá pra fazer uns bicos assim."

Permanência na Universidade
     Como Daniel é do interior e se encaixou nos critérios socioeconômicos, conseguiu uma vaga na "Casa do Estudantes", a moradia gratuita da Universidade. O processo é razoavelmente simples: você entrega a documentação solicitada, recebe uma pontuação com base nesses dados e, se estiver entre os que mais precisam, é chamado. No caso da FMUSP, a moradia fica ao lado do HC (Hospital das Clínicas), bem pertinho da Universidade. Os quartos são duplos mas, segundo Daniel, são ótimos.
     Além da moradia, é possível tentar outros auxílios, tais como a Bolsa Alimentação (refeições gratuitas nos bandejões do quadrilátero da saúde e na cidade universitária), o Auxílio Transporte (duzentos reais para custear o ônibus e o metrô) e as Bolsas Atividade (valores pagos para quem desenvolve alguma pesquisa ou trabalho na Universidade).

Pesquisa e especialização
     Dentro da Faculdade de Medicina, há muitas opções na área de pesquisa e o desenvolvimento de projetos de iniciação científica é comum.
     Com relação à especialização, Allan conta que, desde os primeiros anos do curso, os alunos começam a se aproximar de alguma das "Ligas Acadêmicas", que são os grupos das áreas de especialização. Há até um debate em torno desse fenômeno da "especialização precoce", pois é importante que o aluno tenha uma boa formação geral antes de se especializar.
     A maioria dos alunos costuma já entrar com alguma ideia de qual área seguir, mas muitos acabam se interessando por outro caminho. Daniel já pensou em algumas áreas, mas ainda não se decidiu. Allan pensava em Psiquiatria, mas avalia também outras possibilidades como Pediatria ou Medicina Geral de Família e Comunidade.
     Mas, ao terminar os 6 anos de curso, quem quiser se especializar precisa prestar um novo concurso público e tentar uma vaga de residência médica na área desejada. Não é difícil conseguir, já que o Programa Mais Médicosestabeleceu a abertura de 12.400 novas vagas em residência médica até 2018, o que significa que, se o programa não for interrompido, haverá uma vaga em residência para cada aluno da graduação em Medicina. O objetivo é universalizar o acesso à residência médica, permitindo a formação de mais especialistas no Brasil, já que a quantidade de médicos por habitante, sobretudo de algumas especialidades, é bem menor que a mínima recomendada.
     Já quem gosta da ideia de ensinar Medicina para outros alunos, lecionando em Universidades, tem a possibilidade de seguir a carreira acadêmica. Nesse caso, também é preciso passar por outro processo seletivo, envolvendo provas dos conteúdos relacionados e de línguas, além de apresentar um projeto de mestrado à Universidade e às Instituições de fomento à pesquisa. 

Mudanças já anunciadas para o ENEM 2017


Na última quinta-feira aconteceu uma reunião do Consed (Conselho Nacional de Secretários da Educação) e, nessa ocasião, Maria Inês Fini (que assumiu a presidência do Inep com a posse de Temer) adiantou algumas informações sobre as alterações previstas para o ENEM 2017.

  • Fim da participação de treineiros

Em 2016, dos 9,2 milhões de inscritos no ENEM, aproximadamente 1 milhão eram treineiros. O Inep alega que o custo dessa participação é muito alto e, por isso, pretende vetar a participação de estudantes de 1° e 2° anos do Ensino Médio na prova oficial do ENEM, passando a oferecer um simulado específico para esse público. Mais detalhes sobre esse simulado ainda não foram divulgados.

  • Limite na quantidade de isenções por estudante

Para cobrir parte dos custos da prova, algumas medidas já foram tomadas em 2015 e 2016: aumento do valor da taxa de inscrição, fim da impressão dos cartões de confirmação e impedimento do benefício de uma segunda isenção para quem, uma vez isento da taxa, faltou no dia da prova.

A nova medida para contenção de gastos a partir de 2017 é que cada estudante poderá receber o benefício da isenção por até três vezes. Essa medida é passível de críticas, na medida em que pode prejudicar os alunos mais carentes que não tenham conseguido aprovação no Sisu nas três primeiras tentativas.

  • Fim da Certificação do Ensino Médio pelo ENEM

Desde que o ENEM começou a ser utilizado para a certificação do Ensino Médio, muitos educadores questionam se a prova é adequada para essa finalidade, tanto que alterações nesse formato já estavam sendo discutidas antes da mudança de gestão. Segundo Maria Inês Fini, "o exame não foi preparado para fazer esse tipo de avaliação" e, por isso, em 2017 a certificação voltará a ser feita via Encceja, o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos, que atualmente é realizado somente para a certificação do Ensino Fundamental, mas que até 2008 certificava também para o Ensino Médio.

É importante lembrar que as avaliações externas cobram somente uma fatia do currículo escolar, ou seja, a matriz do ENEM é um recorte dos conteúdos estudados no Ensino Médio e não reflete necessariamente o que é esperado que um aluno saiba para ser considerado apto para receber o diploma. Isso sem falar que o modelo de uma prova seletiva é diferente, pedagogicamente, do modelo de uma prova para avaliar se o jovem tem a proficiência mínima esperada para determinado nível escolar, tenha cumprido ou não o ensino regular. A prova de seleção tem, por exemplo, a especificidade de ter que incluir itens difíceis e muito difíceis para discriminar bem na ponta de cima (separar os alunos que serão dos que não serão aprovados nos cursos mais concorridos). Já uma prova de certificação, em vez de classificar, pretende verificar a aprendizagem.

Um argumento no sentido da inadequação do uso do ENEM para a certificação é o fato de que apenas aproximadamente 10% dos inscritos no exame com essa finalidade acabam conseguindo o diploma. No último ano, somente 74 mil, dos 990 mil que se inscreveram no ENEM com essa finalidade, conseguiram as notas mínimas exigidas (500 pontos na redação e 450 em cada uma das provas de múltipla escolha). A proposta não é facilitar o acesso aos diplomas, mas ter uma prova específica que consiga medir corretamente se o jovem, ou adulto, tem as competências esperadas (que os técnicos julgam como esperadas) para um estudante de Ensino Médio.

  • Alterações no formato e nas matrizes das provas

Tanto Mendonça Filho, atual ministro da Educação, como Maria Inês Fini e o próprio Michel Temer já anunciaram que o formato do ENEM será modificado.

Algumas modificações já previstas pela gestão anterior estão relacionadas à adequação da prova aos conteúdos que estão sendo definidos para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Outras modificações estão sendo pensadas para a adequação da prova à nova proposta de Ensino Médio, que prevê que o estudante escolha uma das seguintes áreas para se aprofundar: matemática, linguagens, ciências sociais e humanas, ciências da natureza ou formação técnica e profissional. Para tal, o ENEM poderia passar a ter provas específicas para cada área ou, ainda, cobrar somente a base nacional comum, que ocupará metade do tempo do Ensino Médio e será oferecido para todos, conforme o projeto.

É possível, conforme fala recente de Temer, que a prova passe a ser realizada três vezes ao ano e, cada vez, em apenas um dia (não mais em dois). Nesse modelo, o ENEM não traria mais a prova de redação, parte que os educadores e universidades julgam importantíssima numa avaliação e numa prova de seleção. A possibilidade do corte da redação está relacionada aos custos com os professores contratados para a correção dos textos. Seriam mantidas somente as provas objetivas, que são corrigidas por leitura óptica.

Há muita discussão acerca do aprofundamento das desigualdades que o novo modelo de Ensino Médio, e também de prova do ENEM, poderia causar. As informações sobre as alterações estão sendo divulgadas aos poucos, mas, por enquanto, há uma nuvem sobre a questão da matriz do Exame e do formato da prova. Também não se sabe se ocorrerão grandes mudanças no Sisu e em outros programas de acesso ao Ensino Superior, bem como em conquistas como as verbas para permanência estudantil, por exemplo. Sobre essas expectativas, Fini diz que " em momento algum fará agressão ao currículo e não agredirá os direitos adquiridos na concorrência de vagas do SiSU e das bolsas do ProUni".

O Inep informou que divulgará mais informações sobre o novo ENEM após a realização da segunda aplicação das provas (03 e 04 de dezembro).